Este artigo faz parte do livro "Instalações Elétricas Sem Mistérios" de 2005. Nele tratamos da instalação de lâmpadas fluorescentes e seus complementos. Veja no final artigo nota importante.
Se o leitor tem uma iluminação com lâmpadas comuns (incandescentes) e deseja trocá-la por um sistema de fluorescentes, alguns cuidados devem ser tomados.
Ainda que em muitas lojas sejam vendidas as "calhas" com as lâmpadas, reatores e starters já ligados, bastando então fazer a conexão como indica a figura 1, existem aqueles que desejam fazer tudo.
Circuito de uma lâmpada fluorescente comum.
Analisemos os dois casos:
a) Sistema pronto
Neste caso temos as lâmpadas, reatores e eventualmente starters (se forem usados) já interligados, de modo que, da calha saem apenas dois fios que correspondem aos dois fios que alimentavam a lâmpada até então existente.
Basta então tirar o soquete da lâmpada velha e ligar os dois fios que saem da instalação nos dois fios da calha de fluorescente (figura 2).
Instalando um sistema pronto.
Evidentemente, esta conexão deve ser feita com a rede de energia desligada, para evitar choques.
Na emenda pode ser usado o sistema comum em que os fios são enrolados uns nos outros, ou usar barras de terminais com parafusos, para maior segurança. No primeiro caso é importante fazer o isolamento da emenda quer seja por meio de fita isolante, quer seja por isoladores plásticos, observe a figura 3.
Fazendo as emendas dos fios.
b) Sistema completo
Neste caso, o instalador deve comprar as lâmpadas fluorescentes, o starter, o reator e o suporte para as lâmpadas.
O reator deve ter potência de acordo com as lâmpadas a serem alimentadas. A escolha do reator é facilitada pelo fato de haver um rótulo que indica para que lâmpadas ele serve e traz o diagrama das ligações, que normalmente são feitas da maneira apresentada na figura 4.
Diagramas comuns de ligação dos reatores.
As ligações entre os diversos elementos que vão formar o circuito devem ser bem feitas e isoladas, com a alimentação da rede de energia interrompida para evitar choques.
TROCANDO FLUORESCENTES
Quando uma lâmpada fluorescente começa a piscar muito antes de acender (e às vezes nem acende) principalmente nos horários em que o consumo de energia é maior e portanto, a tensão da rede é menor, podemos desconfiar de seu estado.
Sinais escuros nas extremidades da lâmpada indicam que ela se encontra gasta (figura 5).
Enegrecimento indica uma lâmpada gasta ou queimada.
Diferentemente das lâmpadas incandescentes comuns que não enfraquecem, mas simplesmente queimam, as fluorescentes normalmente se esgotam com o tempo, quando então precisam ser trocadas.
Obs.: na verdade, as lâmpadas incandescentes com o tempo passam a apresentar resistência maior pela evaporação do metal do filamento, mas isso é imperceptível para o usuário, em condições normais.
Um bom procedimento na troca da lâmpada é verificar e trocar o starter, um pequeno dispositivo apresentado na figura 6, usado no circuito de partida (como o nome indica).
Trocando o starter (nos circuitos em que ele existe).
Este dispositivo aplica por um instante uma alta tensão devido à comutação do reator (que é uma carga indutiva) de modo a levar a lâmpada ao estado inicial de condução.
Ele consiste basicamente numa ampola de vidro com um gás inerte e um par de contatos térmicos que abrem e fecham em função de sua temperatura.
Os sistemas de "partida rápida" não usam starters e, portanto, não necessitam da troca deste elemento.
Para trocar a lâmpada basta desligar o interruptor geral e, com cuidado, retirá-la dos encaixes girando-a meia volta, verifique a figura 7.
Trocando uma lâmpada fluorescente.
A colocação da lâmpada nova, que deve ter as mesmas características, é feita segundo o procedimento inverso.
Gire a lâmpada até que o encaixe seja perfeito, pois sem isso ela não vai funcionar.
Tome cuidado para não quebrar a lâmpada nesta operação.
OS GASES DA LÂMPADA SÃO PERIGOSOS?
Muitas lâmpadas fluorescentes são jogadas fora sem nenhum cuidado e acabam por quebrar, colocando em riscos pessoas que eventualmente podem se ferir nos seus estilhaços, principalmente crianças.
A principal preocupação das pessoas é com os gases dessas lâmpadas que, entretanto, não representam o perigo real de um corte.
O revestimento à base de fósforo do vidro dessas lâmpadas é bastante tóxico e em caso de ferimentos, pode causar problemas de cicatrização da ferida e até certa contaminação.
O "pó" que recobre internamente a lâmpada é perigoso, pela sua toxicidade, não devendo ser tocado. Caso isso ocorra, lave o local afetado em água corrente imediatamente.
De qualquer maneira, nunca deixe as lâmpadas velhas ao alcance das pessoas (principalmente crianças), e se quiser se livrar delas, faça-o de modo cuidadoso.
A TROCA DO REATOR
Normalmente, o reator dura muito mais que as lâmpadas, mas isso não significa que esteja livre de problemas.
Se uma lâmpada fluorescente deixa de acender bruscamente, mesmo sendo nova, ou na "calha" houver sinal de fumaça de um reator que está entrando em curto, é interessante fazer uma verificação deste componente.
Se a troca da lâmpada por uma nova não traz resultados satisfatórios e até acaba por provocar sua queima, é sinal que o reator precisa ser testado.
Sinais de curto são visíveis pelo escurecimento deste elemento.
A interrupção pode ser acusada pelo teste de tensão ou continuidade, feito da maneira indicada na figura 8.
Testando um reator com o multímetro.
No entanto, se a lâmpada nova não der sinal de acendimento mesmo com um starter (se usado) em bom estado e o teste do interruptor revelar que a energia está chegando até ela, é sinal que o reator precisa ser trocado.
Deve ser usado obrigatoriamente um reator com as mesmas características do original.
Observação importante:
Quando este artigo foi escrito ainda não estavam em vigor as normas NBR5410 que estabeleceram diversas mudanças para a maneira como as instalações elétricas devem ser feita e também para o formato das tomadas de força, com a adoção do terceiro pino. Artigo sobre estas normas deverá estar disponível no site. Os conceitos dados valem para instalações elétricas antigas, como ainda são encontradas em muitos locais de nosso país. Para instalações novas, os leitores devem consultar as normas vigentes
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