Autor: Prof. Eng. Flórido Martins (http://www.projetoenergiamais.com/page77.php)
Desde a Antiguidade as descargas atmosféricas, um dos mais belos fenômenos da natureza, vêm aguçando a curiosidade da humanidade. Uma série de crenças foi criada e, ao longo dos anos a ciência e a religião tentaram esclarecer esse fenômeno. Após muitas pesquisas, pode-se afirmar que nos dias de hoje já não há mais nenhuma dúvida para explicar a origem das descargas atmosféricas.
Há algumas crenças, no entanto, que ainda persistem e necessitam ser mais bem explicadas. Neste artigo procuramos relacionar uma série dessas crenças e explicar o que de verdade existe por trás de cada uma delas.
Desde a Antiguidade as descargas atmosféricas, um dos mais belos fenômenos da natureza, vêm aguçando a curiosidade da humanidade. Uma série de crenças foi criada e, ao longo dos anos a ciência e a religião tentaram esclarecer esse fenômeno. Após muitas pesquisas, pode-se afirmar que nos dias de hoje já não há mais nenhuma dúvida para explicar a origem das descargas atmosféricas.
Há algumas crenças, no entanto, que ainda persistem e necessitam ser mais bem explicadas. Neste artigo procuramos relacionar uma série dessas crenças e explicar o que de verdade existe por trás de cada uma delas.
Lenda: Algumas descargas atmosféricas sobem da superfície terrestre para as nuvens. Isso não é verdade.
A verdade: O que ocorre é que, ao se formar uma ddp (Diferença de Potencial) entre a nuvem e o solo, uma corrente elétrica de valor muito pequeno surge da superfície terrestre para a nuvem. Essa corrente (que é uma descarga elétrica) recebe o nome de descarga conectante e a sua função é apenas a de criar o caminho pelo qual o raio vai verdadeiramente descer da nuvem para o solo. A descarga conectante, por ser de pequena intensidade não nos traz maiores transtornos ao contrário dos raios, que podem causar grandes prejuízos e até mesmo sacrificar vidas.
Lenda: Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar. Isso não é verdade.
A verdade: A Ciência já comprovou que é muito grande a possibilidade de um raio cair no mesmo lugar em que um outro tenha caído anteriormente, pois o campo elétrico que permitiu a criação do primeiro raio permanece naquela região durante algum tempo podendo facilitar o surgimento de um segundo raio.
Lenda: Em locais em que não esteja chovendo não há a possibilidade de acontecerem descargas atmosféricas. Isso não é verdade.
A verdade: As descargas atmosféricas podem ocorrer em locais muito distantes daqueles em que as chuvas estão caindo. Só para que você tenha uma ideia, fique sabendo que é muito comum a distância entre as chuvas e as descargas atmosféricas ser superior a 5 km, podendo, em alguns casos, atingir até 20 km.
Lenda: Os pneus de borracha protegem quem estiver no interior de um automóvel, pois o mesmo está isolado do chão. Isso não é verdade.
A verdade: O interior de um automóvel é um ótimo local para você se proteger das descargas atmosféricas, mas não devido aos seus pneus e sim porque a corrente elétrica é conduzida pela carcaça do automóvel, não atingindo o seu interior. Em Eletricidade denomina-se a esse princípio de gaiola de Faraday.
Lenda: Você poderá ser eletrocutado caso venha a tocar o corpo de uma pessoa que tenha sido atingida por uma descarga atmosférica. Isso não é verdade.
A verdade: Você não apenas pode como deve tocar o corpo de uma pessoa que tenha sido atingida por uma descarga elétrica para prestar-lhe o atendimento necessário. Fique sabendo que os corpos humanos não armazenam eletricidade, não havendo, portanto, perigo de choques.
Lenda: Para se proteger melhor você deve ficar debaixo de uma árvore durante as tempestades. Isso não é verdade.
A verdade: Jamais proceda dessa forma! Pessoas que ficam debaixo de árvores durante as tempestades, estão duas vezes mais sujeitas a acidentes.
Lenda: Durante uma tempestade, ficar dentro de um local fechado é seguro. Isso não é verdade.
A verdade: Os locais fechados (casas, lojas, apartamentos, etc.) são lugares bem seguros, desde que você observe determinadas regras, tais como: afastar-se de portas e janelas, não utilizar nenhum aparelho elétrico ou telefone (nem mesmo o celular), não tomar banho nem utilizar-se de água, não mexer em cabos de antenas.
Lenda: Durante uma tempestade devo-me desfazer de utensílios de metal, tais como óculos, relógios, joias, etc. Isso não é verdade.
A verdade: Não é verdade que objetos pessoais que eventualmente se esteja usando poderão atrair raios.
Lenda: Você deve deitar-se no chão quando se iniciar uma tempestade. Isso não é verdade.
A verdade: Deitado no chão não é a posição mais adequada para se proteger. As descargas atmosféricas induzem correntes elétricas no solo e, se você estiver deitado, fatalmente será atingido por uma dessas correntes que têm altíssimas intensidades. Procure abaixar-se o máximo que puder, colocando, se possível, a cabeça por entre os joelhos e proteja os olhos.
Lenda: Quando fazia a experiência que o levou a descobrir o Para-raios, Benjamin Franklin foi atingido por uma descarga atmosférica. Isso não é verdade.
A Verdade: Caso a pipa que Benjamin Franklin estava usando na sua experiência tivesse sido atingida por uma descarga atmosférica de verdade, ele não teria saído ileso e, fatalmente, teria morrido. Na realidade Benjamin Franklin serviu-se de um equipamento que produziu uma descarga artificial. Essa descarga atingiu a sua pipa e foi transportada até os equipamentos de seu laboratório, não chegando, portanto, a atingir o corpo do famoso inventor.
Lenda: Os para-raios protegem os equipamentos elétricos e eletrônicos. Isso não é verdade.
A verdade: Os para-raios têm a finalidade de proteger apenas as construções e não os equipamentos que estiverem no seu interior. Para a proteção dos equipamentos é necessária a instalação de supressores de surto de tensão, que evitam que as descargas atmosféricas os atinjam.
Lenda: Os espelhos atraem as descargas atmosféricas. Isso não é verdade.